Nomeação de segundo colocado em eleição faz gestores paralisarem atividades no campus da UEG Jundiaí

A atitude do governador Marconi Perillo, mesmo que legal, em nomear o segundo colocado na direção do campus da UEG Jundiaí, desconsiderando o resultado do processo democrático que elegeu o professor Silvair Félix para assumir o cargo respectivo, fez com que o grupo gestor da unidade paralisasse as atividades do campus nesta quarta-feira (6). Com isso, desde então, as rotinas administrativas e escolares estão suspensas no local.

Grupo se reuniu durante toda esta quarta-feira do lado de fora da instituição

A paralisação foi tirada em assembleia realizada em dois turnos logo após a publicação do decreto na última terça-feira (5). Na porta da unidade na última quarta-feira, a professora Nádia Maria Vaz, da área de humanas, integrava a manifestação. Segundo ela, o conveniente é o respeito à eleição. “O governador utilizou da questão da lista tríplice para nomear o segundo colocado. Nós queremos simplesmente que seja respeitado o processo democrático que elegeu o professor Silvair com uma aceitação de 75%”, sustentou.

Rasteira

A manifestação continuou na última quinta-feira (7). No interior da unidade, novamente o grupo de gestores se reuniram para discutir o assunto. A coordenadora do curso de História, a professora Julia Bueno, classificou a nomeação dos segundo colocado na eleição. “Foi uma rasteira. Estou indignada como a maioria dos meus colegas”, disse.

Coordenadora do curso de História, a professora Julia Bueno classificou o ato como uma “rasteira” do governador

De acordo com as professoras ouvidas, a paralisação só terá fim quando o governador reavaliar a nomeação. “Só retornaremos quando o reitor e o governador fizerem o que é correto, que é nomear o diretor que foi eleito. Isso é uma questão de democracia”, finalizou Nilda Maria. O mesmo desfecho é esperado pela professora Julia. “Foi um processo legítimo. Não somos palhaços em aceitar essa nomeação”, defendeu.

Para a professora Nádia Maria Vaz, a paralisação só terá fim quando o governador reavaliar a nomeação. “É uma questão de democracia”, diz

Resposta

Em nota, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) não manifestou sobre a paralisação e nem sobre a possibilidade de reavaliação do ato, mas disse que a nomeação dos diretores dos campus é uma prerrogativa legal do Poder Executivo do Estado de Goiás que observa uma lista dos candidatos mais votados.

A instituição limitou a lembrar que não foi a primeira vez que ocorre fato como esse no âmbito da Universidade, ressaltando que em 37 campus, 34 diretores mais votados foram os nomeados pelo Executivo Estadual. O campus UEG Jundiaí integra esses três em que não foram nomeados os vencedores das “urnas”, sendo nomeado o professor Ewerton Freitas.

Candidatos

Nenhum dos dois candidatos se pronunciou oficialmente sobre o assunto. Abordado pela reportagem, o candidato eleito, o professor Silvair Félix disse informalmente que esperará se o Governo manifestará pela manutenção do decreto para se posicionar.

Já o professor Ewerton Freitas, o segundo colocado nomeado pelo governador, não foi encontrado. Entretanto, um vídeo mostra o posicionamento do então candidato à época da campanha rebatendo um possível apoio externo. “Assumo publicamente que caso eu fique em segundo lugar, mesmo que eu seja nomeado, eu não assumirei”, disse Freitas nesse vídeo.

 

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