Oito crianças brasileiras estão entre as que foram separadas dos pais na nova política migratória de Trump

O Consulado do Brasil em Houston informou nesta quarta-feira (20) que entre as crianças que foram separadas dos pais ou responsáveis ao tentar cruzar a fronteira do México com os EUA estão oito brasileiras. Elas estão entre as cerca de 2000 crianças vítimas da política de “tolerância zero” aos imigrantes ilegais colocada em prática pelo governo de Donald Trump.

A política estabelece que todo adulto que for pego atravessando a fronteira ilegalmente deve ser criminalmente processado. Se for capturado, o indivíduo é levado a um centro federal de detenção de imigrantes até que se apresente a um juiz.

A política não fala em separação das famílias, porém isso acaba sendo inevitável na prática já que as crianças não podem ser mantidas nestes centros de detenção.

O cônsul Felipe Costi Santarosa, responsável pelos estados do Texas e do Novo México, afirmou que o aumento nos casos de separação de famílias é “nítido” e que a nova política pode “aumentar esse número de forma preocupante”.

As autoridades brasileiras nos Estados Unidos observaram outra diferença: as crianças separadas de suas famílias são de diferentes faixas etárias e, muitas vezes, estão sendo mandadas para estados distantes de seus familiares.

Antes da nova política, as famílias que chegavam à fronteira sem autorização e alegavam medo de voltar para a casa eram autorizadas a entrar e pedir refúgio no território americano.

Durante o processo de solicitação de refúgio o imigrante podia ou não ser detido, dependendo de uma série de fatores, inclusive a disponibilidade de vaga nos centros de detenção. Também eram realizadas audiências na fronteira, e a família toda poderia ser deportada.

Ao serem separadas de seus pais, as crianças são designadas pelo governo como “crianças imigrantes desacompanhadas” e, por isso, são levadas para abrigos sob custódia do governo, sem saber para onde seus pais foram. Imagens mostram crianças dentro de grades, dormindo em colchões no chão com cobertores de alumínio. (com informações do G1)

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