Rede de Postos é alvo de Operação Pesos e Medidas, da Polícia Federal

Os postos de combustível Napolitano, pertencentes aos sócios Fábio Mercessian Alves Bessa e Iuy Mercessian Alves de Bessa, pai e filho, foram alvo em Anápolis de ação da Polícia Federal, que investiga atuação criminosa no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) de Goiás. A informação foi confirmada à Voz de Anápolis pelo advogado do Sindipostos, Antônio Carlos de Lima.

“Isso (a ação em Anápolis) começou em outubro. Um dono de posto de Goianira nosso (sindicalizado) fez um flagrante. Ele estava sendo extorquido pelo fiscal do INMETRO. Ele fez um flagrante, filmou e isso foi divulgado. Os dois fiscais foram presos e daí que começou a investigação”, explicou. “Anápolis foi um desmembramento da ação da Polícia Federal”, acrescentou.

A partir deste fato, o Sindipostos, que representa a categoria dos donos, entrou em um programa de “compliciência”, passando a contribuir, denunciando as irregularidades encontradas em fiscalizações do INMETRO. Ele informou que o Posto Napolitano é “suspeito de participação no esquema”. E informou que vários postos de Goiás foram orientados a pararem de pagar propinas a fiscais do INMETRO, “mas os donos de postos estavam pagando”.

“O Sindiposto se sente como vítima, porque eram extorquidos. E postos desonestos que pagavam a corrupção mexiam com a concorrência. Por quê? Os postos honestos tinham que pagar para fiscalização dos bicos (das bombas). E os desonestos não pagavam essa fiscalização, pagavam propina. Então, esses que pagavam, o Sindiposto quer ver todo mundo preso, não quer ver nenhum participando da revenda de combustível no Estado de Goiás”, relatou. Conforme pontuou ainda, “o Sindiposto não vai defender nenhum que foi autuado”.

A operação

Batizada de Pesos e Medidas, a operação, deflagrada na manhã desta terça-feira, investiga a cobrança de propinas por parte de fiscais do Inmetro durante as fiscalizações em postos de combustíveis. Estão envolvidos nesta ação em torno de 90 policiais federais, que cumprem 10 mandados de prisão, sendo sete preventivas e três temporárias, em Anápolis, Goiânia e Brasília.

As investigações tiveram início em 2015, quando foi verificado que fiscais do INMETRO estavam recebendo propina para não realizarem testes de volumetria nos bicos de combustível dos postos investigados. Estas verificações são realizadas frequentemente para evitar que haja “lesão” aos consumidores, conforme informações da PF.

A mando dos proprietários das empresas investigadas, os fiscais de postos de combustível “realizavam fiscalização a mando de proprietários de outros postos, visando dificultar a ação da concorrência”. As penas prevista para os crimes – corrupção passiva, corrupção ativa e alinhamento de preços – podem chegas a 12 anos de prisão.

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