Romero Jucá deixa liderança do governo Temer no Senado

O senador Romero Jucá (MDB-RR) anunciou nesta segunda-feira (27) que deixa a liderança do governo de Michel Temer no Senado.

“Acabo de comunicar ao presidente @MichelTemer que deixo a Liderança do Governo por discordar da forma como o governo federal está tratando a questão dos venezuelanos em Roraima”, escreveu o senador no Twitter.

O primeiro vice-líder do governo no Senado é Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).  Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, Temer deve escolher nesta terça-feira (28) o novo senador que comandará a base.

O senador, que aparece em terceiro lugar numericamente em pesquisa Ibope divulgada no dia 17 de agosto, negou se tratar de medida para se distanciar do governo Temer, de alta reprovação popular.

“O presidente Michel Temer não tira um voto em Roraima”, disse após reunião com o presidente em que entregou uma carta de saída. “O resultado do governo não tá em xeque nessa questão, nós estamos discutindo crise venezuelana, é outra coisa”, disse.

“Eu não tenho condições de defender Roraima, criticar o governo e ocupar o cargo de líder. Seria incompatível, eu não ficaria confortável”, afirmou Jucá em entrevista coletiva. “Entre o cargo de líder, o governo federal e o estado de Roraima e a população de Roraima que me elege e que eu tenho que defender, é claro que eu opto sem nenhuma dúvida pela população.”

Jucá minimizou o fato de aparecer atrás de adversários na pesquisa. “Até na pesquisa dos adversários eu estou na frente”, afirmou.

O senador defendeu o fechamento da fronteira e disse que a situação “tende a se agravar”: “Fica o Brasil inteiro achando que tem que receber os venezuelanos, mas ninguém leva pros seus estados, quem tá pagando a conta é o povo de Roraima.”

Segundo o ministro Carlos Marun, Jucá deixou o posto em bons termos com o governo. Ele também negou que haja uma tentativa de se distanciar de Temer em período eleitoral. “Não é um ato eleitoreiro, é um ato ético”, afirmou em entrevista coletiva no final da tarde.

De acordo com ele, a decisão do senador teve como base apenas a crise migratória em Roraima e não significa que haja divisões no partido. “Não é uma crise, é uma questão local que é dramática”, disse.

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