Proximidade de Daniel Vilela e fator “José Eliton” enfraquecem base-aliada governista para 2018

Henrique Morgantini

Os bastidores políticos têm uma rara capacidade de debater o futuro, no caso, as definições para 2018. O ano mal começou para as centenas de prefeitos goianos, cujos desempenhos terão peso para a montagem e decisão das alianças, mas mesmo assim, as conversas, cochichos e negociações já começam a fervilhar.

Nos corredores de Brasília, por exemplo, deputados goianos têm diferentes posições quanto à formação de uma base forte e sólida para mais uma vez apoiar o chamado “Tempo Novo”. As razões são duas e tem nome e posição de destaque.

Ao semanário goianiense Opção, um deputado chegou a afirmar que “a base aliada ‘acabou’”. A prova disto, ainda segundo ele, seria a dificuldade de Marconi Perillo em conseguir promover uma reforma no seu secretariado. Há mais nomes dizendo ‘não’ do que se acotovelando para disputar um espaço na gestão Perillo como por muitos anos se viu acontecer.

É o caso, por exemplo, do veterano deputado Roberto Balestra (PP). Ele recentemente disse que não sabia se ia ou não aceitar um convite do governador para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. A relutância de um aliado de primeira hora – desde 1998 – pode dar o tom deste esvaziamento de prestígio.
 

Rechaçado
A primeira explicação para este desânimo de quadros goianos da base marconista atende no gabinete da vice-governadoria. Seu nome: José Eliton. O anúncio de que Eliton é o pré-candidato de Marconi Perillo para sucedê-lo inicialmente causou suspeita, depois desânimo e, agora, parece gerar uma debandada de deputados, lideranças e dirigentes partidários de seguir próximos do grupo. Apoiar José Eliton está cada vez mais sendo uma possibilidade rechaçada.

Por enquanto, tudo corre em silêncio, mas há quem quebre este papo de corredor e deixe tudo às claras. Um dos aliados mais fiéis de Marconi, o ex-deputado, atual secretário de Estado e presidente do PSD, Wilmar Rocha, disse claramente não reconhecer a liderança e a candidatura natural de Eliton como sucessor de Marconi em 2018. Se a rachadura da base era uma desconfiança, Rocha fez questão de expô-la. Ele ainda não descartou a possiblidade de apoiar o PMDB nas próximas eleições. “O diálogo é precoce, mas não está descartado”, disse.
 

Renovação
O outro fator que surge no horizonte das negociações sobre 2018 atende no Gabinete 471 do Anexo III da Câmara dos Deputados. Chama-se Daniel Vilela. O presidente estadual do PMDB tem repetido o discurso de que é preciso formar um “amplo leque” de alianças e tem colocado em prática esta fala. Vilela vem estabelecendo diálogos com deputados de todos os matizes políticos, incluindo os parlamentares da base marconista.

E pelo jeito, o teor dos diálogos vem surtindo algum efeito. Com uma presença jovial e com o discurso conceitualmente vitorioso de “renovação” (o Tempo Novo era o fim da “panelinha”), o deputado é mantido pelas lideranças ligadas ao marconismo como uma opção real para uma composição que mantenha os grupos dentro do governo, em posição de estabelecer boas negociações.

De Jovair Arantes (PTB) a Alexandre Baldy (PTN), passando por aliados estratégicos e de longa data como Antônio Gomide, em Anápolis, (vide entrevista concedida à Voz de Anápolis), Daniel Vilela pode representar a página seguinte ao futuro tanto para a população quanto para a classe política. Funcionaria como o Futuro para a renovação de grupos e de ideias no Governo de Goiás.

Tudo é ainda prematuro, como disse Wilmar Rocha, mas nas conversas dos políticos goianos pelo Estado e na capital federal, uma coisa é certa: 2018 já está em curso.

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